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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Endorfinas

Endorfinas ainda passeam distraídas...
pelo corpo que ainda treme de ti
Sentidos aguçados pelo o que já foi e
ainda assim não saiu.
Quero tudo enquanto for.
Vem leveza, leva meu ser aninhado em teus braços
para uma noite, enfim, não insone!
Embala meu sono na agitação [anterior] de corpos
sôfregos de desejo; embala com as cores que teve;
com os signos que formou...
nem mais...nem menos!
Não é necessário pintar um quadro 
que foi completado com esmero e perfeição.
Anista Lester

domingo, 13 de junho de 2010

Diversão a três bocas





O vento não seca as lágrimas que derramo
Eu só paro de mijar quando me chamam
Quer mais metafísica que mijar?
É instinto o que quer que façamos?
Não sei...só quero fandangos
Enquanto isso, penso num tango!
A dança das lágrimas que reclamam
Às vezes, sento...e chamo...
Às vezes como um pão.
Às vezes nem isso nem nada disso...
Mas sempre ouço Calypso.
Aí então, perco a noção
Escutando algo assim, internem-me a mim!
Depois disso, nada melhor do que um alecrim!
Ou voar no tapete de Aladim!
Daí, dizer pirilipimpim!
Faça-se a mágica, que as lágrimas parem de rolar...

Anita Lester, Hilda Frankstein, Tchê

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Impressões de "Kairós" - CIA Independente





- O tempo desperdiça minhas horas, horas essas que ele mesmo criou, despatriando-me de dono de mim [o quanto estou arraigada a ele!]
- Transcendo àquilo que me prende, me amarra...gritando como uma gata no cio a defender-se e deleitar-se com os vagabundos da rua
- O tempo me tira tempo de mim; absorve o que mais poderia ser meu
- Mas o tempo vem...cercando minha sombra...ouço o tic tac
- O tempo atravessa os gritos de minh'alma [cansada], fragmenta meu corpo tépido com o peso do Chronos, algoz insaciável
- O sonho é a derrota parcial de Chronos...é onde Kairós reina insuperável...ao menos até o toque imperioso do despertador

Anita Lester

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ninguém é substituível!


Ninguém é insubstituível? Discordo veemente!
Me pus a pensar sobre isso...não seremos seres únicos
em nossa subjetividade? Como substituir isso?
Não! Não dá para substituir o andar altivo,
as mãos com dedos tortos, ainda que perfeitos ao amor!
Daria para substituir o hálito quente na nuca, outro hálito, nunca o mesmo!
Nem mesmo as batidas do coração ao chegar a hora do encontro são as mesmas
com seres diferentes.
Concluo: Ninguém é substituível! Anita Lester

terça-feira, 8 de junho de 2010

Grito da alma



O silêncio faz gritar a alma até então balbuciando frases surdas



No silêncio sinto gritar tudo aquilo que ainda não sou... nem sei se hei de ser!


E nesse instante, quero tudo, quero mais e mais além


Até que a palavra interrompe esse momento sublime...


E olho a agenda do dia. Anita Lester

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Arte


Arte é "aquilo" que brota de dentro da alma, "coisa" que você não pode controlar ou conter, sente-se a necessidade de expandir, parir para o mundo, não importa o tamanho que tenha esse mundo e essa expansão finaliza um gozo e uma tristeza, quando sai já não pertence mais só a você.


Anita Lester

domingo, 6 de junho de 2010

Poema a quatro mãos


Luz que sorri, lá fora, acompanhada
De um planeta? Não...de mim mesmo
em mais uma madrugada, esta...a dois
Brilho que os sentidos captam
para além do molde quadrilátero:
é líquido no negro céu iluminado
atinge com tal fluidez
os corpos que, sem noção,
agem segundo seus instintos,
como o mar e suas marés ao
mudarem com o dançar da Lua
no [in]finito ciclo da vida.
Espirais não podem ser emolduradas
Não! Jamais! A força contida não é vida
faz dos corpos um espaço livremente atravessados pelos fluxos
Não! Não há começo e fim. Estamos bem no meio,
que lateja na madrugada barulho.
Som surdo que atormenta o corpo, o cérebro, a noite...
que teima em se transformar em dia...fala o que queres!
Não mais uma noite que insiste em amanhecer!
Fala o que te faz, brada com força os versos tato do instante criativo
Eis o criar que respira a brisa
Insistente a tocar tua face atenta: arte...
Arte em dois corpos, por um instante de noite...um só.
Estrela da Lua....Raio de Sol
Anita Lester e Pablo Bishop

A espera



Esperar que algo "importante" aconteça à minha vida?
NÃO! Fazer com que cada momento SEJA importante...
por mais amargo ou doce que seja.
É imaturo e passivo demais deixar a vida escorrer pelas mãos
enquanto o trem segue viagem.
COVARDIA, esse é o nome!
Há de se ter CORAGEM para amar os dissabores com a mesma intensidade
do mel doce que escorre pelas bocas apaixonadas. Anita Lester

sábado, 5 de junho de 2010

NoItE

Noite a dentro
Coisa por fora
porque não há definição para ela
[e há definição para algo?]
apenas adjetivos e conceitos
excitação
descontrole
imaginação
liberdade vigiada
extrapolar limites
manhã nascendo, noite dormindo
lua sorrindo alto no céu
Noite afora
Coisa por dentro
pessoas sem nexo
 [exalando] sexo
seres [per]passando por mim
rivotril para dormir
Anita Lester

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Cotidiano

O barulho de uma porta quebra o silênciao...
Desejo ou realidade? Desejo, só desejo...
Mas a cidade já desperta: carros, motos, ônibus, pequenos murmúrios
de gente que sai para fazer sei lá o quê: trabalhar, voltar para casa,
ir à praia ou academia, quem sabe...eu...continuo aqui...
água, café e cigarros. Anita Lester

terça-feira, 1 de junho de 2010

Shhhhhhhhhhhhhh

Shhhhhhh...o silêncio pode ouvir teus passos surdos,
curvos, ávidos na direção de minh'alma;
Arrombando-a como um conquistador de terras cobiçadas!
Calma, agora, não há o porquê de tanta ânsia...
Estás aqui a tomar-me por inteiro, corpo e ser...
intenso fogo que me queima [pasma] sem dor...
Só sua, somente sua, por agora...

Anita Lester

Dança corpo-alma



Quem és tu que vem me acordar às 3h da manhã...
como se fossem 10h?
Sacode meu corpo balançando nossos relógios biológicos dissonantes!
Levanta-te...para quê? para escrever, dar boas vindas ao dia...
que ainda se demorará a chegar.
Meu corpo é instrumento dessa alma inquieta que deveras
me enche de orgulho e raiva por vezes.
O que te fazes querer o despertar antes da aurora? 
O cheiro do café ainda não passado?
Não...o silêncio que antecede o nascer do Sol
quando [a maiora] das gentes repousa sobre seus travesseiros
já moldados à sua cabeça.
Meu corpo segue sua dança como menina-moça que aprende a dançar
pisando os pés do pai. Sou teu instrumento, toca-o. Anita Lester