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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sobre mim cavalgas
Cingindo-me os flancos
Colhes à passagem
a luz do instante
De dentes cerrados
ondulas, avanças
retesas os braços
comprime as ancas
Depois para frente
Inclinas-te olhando
o que entre dois ventres
ocorre entretanto
e o próprio galope
em que vais lançada
Que lua te empolga
Que sol te embriaga
Lua e sol tu és
enquanto cavalgas
Amazonae égua
de espora cravada 
no centro do corpo
Centauresa alada
com os seios soltos
omo feito de água
Queria bebê-los quanto mais te dobras
Os cabelos esses
Sorvê-los agora
Mas de cada vez
Que o rosto aproximas
já é outra a sede
que me queima a língua
A de nos teus olhos
Tão perto dos meus
Descobrir o modo de beber o céu
[Davi Mourão Ferreira]

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